Linguagem & Periferia

10/09/2021

Linguagem & Periferia

Senhor Repórter (Edmar Eudes, Poeta popular, Serrinha, Fortaleza-Ce)

 

Me desculpe senhor Repórter,

hoje a praça está em graça!..

Não tem dor

Não tem desgraça

Nem há corpos pelo chão

Não há choro

Não há luto,

É um sossego absoluto

No embalo da canção!

Tudo aqui é poesia,

É seresta e cantoria,

Muito rock, rap, reggae e baião.

Me desculpe senhor repórter,

Hoje a noite aqui é bela,

não tem nada pra sua tela

Meu "três oito" é um violão.

 

 

 Abusando das palavras ( Aglailson Di Almeida - Sarau da B1, Poetas de lugar nenhum, Jangurussu, Fortaleza, CE)

Enquanto eles usarem as armas de fogo

Abusaremos das palavras

Jogaremos coquetéis de versos incendiários

Antes que eles venham com seus canhões e suas fardas sujas

Ocuparemos as ruas com a nossa poesia

Ocuparemos as periferias com nossa prosa revolucionária

Enquanto eles derramarem sangue inocente

Contra atacaremos com rosas e livros

Enquanto eles vierem com a pólvora

Nos defenderemos com a nossa arte e nossos sonhos de paz

Sejamos fortes irmãos

A poesia há de nos salvar

A poesia há de nos unir

Poetas de todos os cantos uni-vos

Atirem sons de liras

Cuspam poemas na cara do sistema

Amai-vos uns aos poetas irmãos. ..e assim venceremos!

Mataremos o sistema por dentro

Com sua própria vergonha de ser violento